
Maicol Sales dos Santos confessou ter matado a adolescente Vitória Regina, de 17 anos, e alegou que cometeu o crime após ser ameaçado por ela. Segundo seu depoimento à Polícia Civil, os dois haviam ficado juntos uma vez, e Vitória teria dito que revelaria o envolvimento para a esposa dele.
No entanto, a versão apresentada pelo suspeito tem contradições e é contestada pela família da vítima e pela perícia. A defesa de Maicol quer anular a confissão, alegando que ele pode ter sido coagido.
Vitória desapareceu no dia 26 de fevereiro, ao voltar do trabalho. Câmeras de segurança registraram a jovem descendo do ônibus perto de casa, mas ela nunca chegou ao destino. As investigações revelaram que Maicol monitorava a rotina da adolescente e sabia onde ela estaria naquele momento. Ele admitiu ter oferecido carona, dizendo que Vitória aceitou espontaneamente.
O suspeito afirmou que os dois discutiram dentro do carro e que, após ser agredido, reagiu com golpes de faca. No entanto, laudos apontam que a vítima foi atingida três vezes, enquanto Maicol disse ter desferido apenas dois golpes.
Além disso, os peritos não encontraram vestígios de sangue nos bancos do veículo, apenas uma possível mancha no porta-malas. Ele afirmou ter limpado o local e jogado a faca no rio, mas a arma não foi localizada.
O corpo de Vitória foi encontrado dias depois, em um local diferente do que o suspeito havia indicado. Perto dali, a polícia achou uma enxada e uma pá, que pertenciam ao padrasto de Maicol, mas o suspeito não foi questionado sobre as ferramentas durante o interrogatório.
Defesa tenta anular confissão, e família pede investigações mais amplas Apesar de ter admitido o crime, Maicol pode não manter a versão nos tribunais. Seu advogado afirma que ele prestou depoimento sem a presença de um defensor e que pode ter sido pressionado. A polícia divulgou imagens da confissão e, até o momento, não há indícios de coação.
A investigação ainda apura se Maicol agiu sozinho. A polícia revelou que ele tinha cerca de 50 fotos de jovens semelhantes a Vitória em seu celular, o que levanta dúvidas sobre o caso. A família da vítima acredita que mais pessoas podem estar envolvidas. “Eu quero saber de todos que estavam junto com ele. Todos. Tenho certeza que não era só um”, disse o pai da adolescente ao programa ‘Fantástico’, da TV Globo.
Exames de DNA seguem em andamento para confirmar se o sangue e os cabelos encontrados no carro e na casa do suspeito pertencem à vítima. O inquérito será concluído nos próximos dias e encaminhado à Justiça.
Vitória Regina era descrita como uma jovem estudiosa e dedicada. “Ela voltava do serviço para casa e foi assassinada. Sonhava em crescer na vida”, disse o pai, emocionado.