PF inutiliza máquinas de garimpo ilegal e apreende balsa dentro de áreas indígenas na Volta Grande do Xingu, no Pará


Poluição em área de preservação ambiental polui rio que abastece comunidades indígenas. Operação destrói área de garimpo ilegal na Volta Grande do Xingu, no Pará.
Reprodução / PF
A Polícia Federal divulgou, neste sábado (26), a operação “Barulho do Xingu” de combate à extração ilegal de minérios, na Volta Grande do Xingu, em Altamira, no sudoeste do Pará.
O crime ambiental, às margens do rio Xingu, deixou indícios de garimpo ilegal afetando áreas de proteção da União.
Foram seis mandados de busca e apreensão cumpridos na quinta-feira (24). Os policiais federais precisaram inutilizar 22 motores – usados para sugar a água para extração de ouro – e uma balsa.
A inutilização é prevista em lei, para os casos em que é inviável a retirada de equipamentos apreendidos, para que não voltem a ser usados pelo crime.
PF desativa garimpo ilegal na Volta Grande do Xingu, no Pará.
Reprodução / PF-PA
Segundo a PF, os mandados foram em áreas de garimpo, funcionando dentro de terras indígenas. Os trabalhadores dos locais fugiram ao perceber a aproximação dos agentes federais. Ninguém foi preso.
A PF informou que, além de degradar terreno público, o garimpo polui o rio Xingu, impactando as terras indígenas Trincheira Bacajá, Paquiçamba e Arara da Volta Grande do Xingu.
Prejuízos ambientais
A área da Volta Grande do Xingu é reconhecida pela biodiversidade e presença de comunidades tradicionais indígenas, que dependem diretamente dos recursos naturais para subsistência. Nas últimas décadas, o avanço de atividades econômicas predatórias, como o garimpo ilegal, tem ameaçado os ecossistemas e condições de vida da população local.
A PF explicou que o uso indiscriminado de mercúrio para separar o metal precioso dos sedimento contamina a água, afetando a fauna e as populações humanas que dependem dos rios para alimentação e outras necessidades básicas.
O mercúrio, substância altamente tóxica, pode se acumular nos organismos aquáticos e atingir concentrações perigosas na cadeia alimentar, expondo as comunidades ribeirinhas a sérios riscos de saúde.
Além da contaminação dos rios, o garimpo ilegal também provoca a remoção da cobertura vegetal e a degradação do solo, contribuindo para a erosão e o assoreamento dos rios.
A operação
Ainda de acordo com a PF, “Barulho do Xingu” é uma denominação simbólica e estratégica para uma série de ações coordenadas pela Polícia Federal, focadas no combate à extração ilegal de minérios na região do Rio Xingu. O nome foi escolhido para refletir tanto o impacto ambiental quanto o social da prática ilegal.
“O Barulho” no nome da operação faz referência aos distúrbios causados pela atividade de mineração ilegal — não apenas o barulho físico das máquinas e equipamentos pesados que invadem a tranquilidade da floresta, mas também o “barulho” figurativo, que representa a perturbação na ordem social, econômica e ecológica da região.
“Xingu”, refere-se diretamente ao local de atuação da operação. O Rio Xingu é um dos principais afluentes do Rio Amazonas e é vital para a biodiversidade da região amazônica.
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