Relembre o caso Marina Harkot; júri popular começa hoje

José Maria da Costa Júnior atropelou e matou a cicloativista Marina Kholer Harkot Divulgação / Arquivo Pessoal

O julgamento do empresário José Maria da Costa Júnior, acusado de atropelar e matar a ciclista Marina Kohler Harkot em 2020, foi iniciado nesta quinta-feira (23). O réu enfrenta júri popular no Fórum Criminal da Barra Funda, em São Paulo.Ele é acusado de homicídio doloso qualificado por dirigir sob efeito de álcool.

O júri começou às 12h30 e pode se estender até sexta-feira. Ao todo, sete testemunhas serão ouvidas antes do depoimento de José Maria. A acusação indicou quatro delas, enquanto a defesa apresentou duas, além de uma testemunha comum às partes.

O julgamento já foi adiado anteriormente após o empresário alegar problemas de saúde. Na ocasião, ele apresentou um atestado médico indicando que estaria com dengue, mas investigações do Ministério Público revelaram que o diagnóstico não foi confirmado.

O prontuário médico do réu apontou que ele não tinha a doença, levando o Ministério Público a investigar a médica responsável pelo atestado.

Quem é Marina Kohler Harkot

Marina Kohler Harkot, de 28 anos, era socióloga, doutoranda da Universidade de São Paulo (USP) e defensora da mobilidade urbana segura. Em novembro de 2020, ela foi atropelada por José Maria da Costa Júnior enquanto pedalava na Zona Oeste de São Paulo.

Ela era casada com o jornalista Felipe Burato e, à época de sua morte, desenvolvia pesquisas acadêmicas relacionadas à mobilidade e ao direito de circulação nas cidades.

Imagens de câmeras de segurança registraram o acidente e mostraram que o motorista estava dirigindo a 93 km/h em uma via com limite de 50 km/h.

Além disso, José Maria fugiu do local sem prestar socorro à vítima. Uma reconstituição 3D feita pela perícia policial confirmou as circunstâncias do acidente, demonstrando como o motorista atropelou Marina.

Investigação

Inicialmente, o caso foi investigado como homicídio culposo pelo 14º Distrito Policial. Posteriormente, a Justiça reclassificou o inquérito como homicídio doloso por dolo eventual, entendendo que o acusado assumiu o risco de causar a morte ao dirigir embriagado em alta velocidade.

Se condenado, José Maria da Costa Júnior poderá receber pena de até 30 anos de prisão. O caso gerou ampla comoção nacional e chamou a atenção para a necessidade de ações que promovam maior segurança no trânsito.

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