
Estado cresceu mais de 88% no número de exportações em comparação com 2023. Mudanças climáticas, porém, representam desafio para a cultura. 1º bloco: Acre cresceu mais de 88% nas exportações em comparação com 2023
O agrônomo Maycon Araújo, que atende produtores locais explica melhor a metodologia.
“A gente inicia esse plantio em torno de outubro que é onde já tem um volume de chuva interessante e a gente tem um ciclo em torno de 100 a 120 dias na cultura, dependendo da sua variedade [de soja]. Hoje, a gente já tem bastante variedade adaptada para nossa região, para nossa realidade, para o nosso volume pluviométrico também. É uma região amazônica. Que tem um volume de chuva bem mais elevado, então a gente precisa de material que tem uma tolerância maior para que a gente possa não ter perdas”, explicou.
Diferente de outras regiões do país, que apresentaram queda no número de exportações o Acre liderou o ranking de crescimento em exportações em 2024 com um índice de 88,3% o produto que mais se destacou nesse período foi a soja. O valor das vendas externas do grão alcançou mais de U$ 21 milhões.
Estes dados foram divulgados pela Agência Nacional brasileira de Promoção de Exportação de Investimentos (ApexBrasil). Para o presidente da entidade, Jorge Viana, o cenário para 2025 é positivo, mas é preciso estar atento às mudanças climáticas.
“Tudo isso depende de chuva, de seca, e nós temos que tomar muito cuidado e adotar políticas de prevenção e de proteção para quem trabalha e produz a agropecuária acreana”, enfatizou.
Cultivo de soja no Acre
Reprodução/Rede Amazônica Acre
Assuero Veronez começou a produzir o grão há sete anos. Para ele, o estado tem grandes oportunidades de se diversificar ainda mais no cenário nacional. Além do solo fértil, ele destaca que um dos principais incentivadores foi o avanço da logística na venda do grão do estado.
“Diversificar a produção rural do Acre é fundamental. Eu acho que nós tínhamos hoje praticamente uma monocultura da pecuária e com raríssimas outras atividades, mas muito pequenas, como mandioca, e alguma coisa de milho, mas muito pequeno. E de mais ou menos 10 anos pra cá se começou a introduzir a soja, mas mais importante, foi a logística que aconteceu”, explicou.
O empresário cita o começo das operações na hidrovia do Rio Madeira como um literal divisor de águas para a a produção de soja no estado.
“É por aí que se escoa toda a produção exportada dessa região do Acre e Rondônia. Antes, nós tínhamos que vender soja, se tivéssemos produção, no Paraná, em Paranaguá, no porto de Santos e hoje a gente está próximo a praticamente 500 km aqui de Porto Velho então e essa logística que proporcionou que os produtores se sentissem atraídos para produzir soja”, salientou.
Apesar das boas perspectivas, ainda há dificuldades para os produtores e são vários fatores que contribuem para isso.
“A gente não tem tantos silos de armazenamento. A gente não tem um volume muito grande renda de colhedeiras que possam dar o suporte para o produtor. Então a gente tem bastante coisa para evoluir ainda nesse sentido”, finalizou o agrônomo.
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